Shihan Francisco Filho

Presidente da Confederação Brasileira de Kyokushin

Francisco Alves Filho, ou Chiquinho, como ficou conhecido, nasceu no dia 10 de janeiro de 1971, em Souto Soares, Bahia. Começou a treinar Kyokushin aos 11 anos, incentivado (e patrocinado) pelo irmão mais velho. “Era o Hélcio quem pagava a mensalidade da academia”.

Filho confessa que seu objetivo era treinar dois anos e, depois, mudar para outras modalidades. “Queria conhecer um pouco de cada coisa. Mas, durante as aulas, comecei a perceber que o Kyokushin tinha filosofia, respeito, força, técnica, velocidade e disciplina. Então, me perguntei: ‘para quê sair do Kyokushin, se aqui posso aprender tudo?’”.

Campeonatos

Curiosamente, em sua estréia nas competições, aos 12 anos, Filho perdeu na primeira luta, para um faixa azul. “O sensei sempre reclamava, dizendo que faltava alguma coisa. Acredito que isto me ajudou”.

Aos 18 anos, Filho conquistou seu primeiro título internacional no Campeonato Sul-Americano.

Em 1991, ao derrotar o favorito Andy Hug no V Campeonato Mundial, em Tóquio, Filho foi eleito o atleta-revelação. “Essa vitória deu uma repercussão muito grande. Foi demais. Depois disso, em 94, passei pelo exame para 3º dan e venci as 30 lutas, o que impressionou muito”, lembra.

No ano seguinte, durante o VI Mundial, as atenções se voltaram a Filho e às grandes chances de ele se consagrar Campeão do Mundo. Ficou em 3º lugar, para sua grande decepção. “Foram quatro anos de treino rigoroso. Não podia viajar, não tinha feriado… Quando não consegui, falei para mim mesmo: ‘Acabou. Chega. Não quero mais’. Mas, aí você acaba pensando duas vezes antes de desistir. Este é o espírito do Kyokushin”.

A perseverança deu resultado e, em 1999, Francisco Filho deixou sua marca na história do Kyokushin como o único estrangeiro a vencer o Campeonato Mundial.

100 Lutas

“Fazer as 100 lutas no Japão foi um grande desafio. Trata-se do teste máximo do Kyokushin e quem se dispõe a fazê-lo precisa estar muito bem física e espiritualmente.

No começo do teste, estava ansioso. Assim que completei as 30 primeiras lutas, passei a me sentir mais tranqüilo. Quando passei pelo 60º combate, a situação começou a me preocupar novamente, pois eu estava com algumas lesões que dificultavam a aplicação de alguns golpes. Depois de realizadas 80 lutas, me corpo já não respondia de imediato. Comecei a sentir câimbras no peito e nas pernas. Felizmente, consegui controlar a dor e completar as 100 lutas sem nenhum acidente mais grave!”

Vale lembrar que Filho foi o único brasileiro a efetuar com êxito o teste das 100 lutas no Japão e o único no mundo a não precisar ser hospitalizado após o feito. Bateu o recorde de duração (3 horas e 2 minutos) e de número de vitórias (76 vitórias e 24 empates).

K-1

Em abril de 1997, após vencer o Campeonato Mundial por Categoria, Filho foi convidado para participar do K-1. “Minha estréia foi em junho de 97, contra Andy Hug, campeão do torneio de 96. Venci por nocaute logo no 1º. round. Falaram que eu escondia o jogo.”

À primeira vitória, seguiram-se outras várias. Filho venceu os quatro maiores campeões do K-1. Além de Andy Hug, o brasileiro derrotou Peter Aerts, Ernest Hoost e Remy Bonjasky. A rapidez com que nocauteou seus adversários tornou-o mundialmente conhecido pela marca “ichigueki” (um único golpe).

Hoje, como o primeiro Shihan brasileiro, Filho se dedica à formação de novos campeões. Em maio de 2006, inaugurou sua própria academia na cidade de Bragança Paulista (SP). Shihan Filho também é o atual presidente da Confederação Brasileira de Kyokushin.

Fonte: www.kyokushin.com.br